1º Domingo da Quaresma | Homilia | Padre Francisco da Costa | 21/02/2021

Publicado por: Silvia Oliveira 21/02/2021

1º DOMINGO DA QUARESMA, ANO B – 2021

(Leituras: Gn 9,8-15; 1Pd 3,18-22; Mc 1,12-15.)

Amados irmãos e irmãs! Deus promete, oferecendo a vida aos homens e não a morte. A Primeira Leitura que ouvimos hoje, foi tirada do livro de Gênesis, está falando sobre:

1ºponto) o dilúvio. Porque Deus realizou o dilúvio, fazendo a destruição total de todas as coisas criadas por Ele, porém Ele salvou apenas Noé e sua família (oito pessoas – segunda leitura), também os animais escolhidos. Porque o mundo estava cheio de pecado: ódio, violência, egoísmo, avareza, e outras mais. Estes não trazem a paz aos homens. O pecado estraga a vida das pessoas. O pecado mata a felicidade humana e as outras criaturas. Frente a esta realidade é que Deus quis intervir para corrigir. Deus quer eliminar todas ações violentas dos homens por meio do acontecimento do dilúvio.

2ºponto) Esta passagem está nos convidando para refletir também sobre a promessa ou aliança de Deus para com Noé. Essa promessa traz a boa notícia para todos nós. Chamando boa notícia porque dentro dessa promessa, Deus prometeu para nos libertar da morte e da destruição. A passagem completa diz: “Estabelecerei convosco a minha aliança, de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra”. Ou seja, não aparecerá mais o dilúvio ou a destruição, a devastação para nós e para todas as criaturas existentes neste mundo. É a boa notícia. Diante desta boa notícia, perguntamos, se Deus prometeu que já não há mais dilúvio, ou nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio, porque então continuam aparecendo tsunamis, guerra, terremoto, ou a situação que estamos vivendo a pandemia da covid19. Na verdade todas estas realidades são do mundo, nós apenas fazemos parte delas. E, às vezes, por meio delas, Deus está nos convidando para a conversão;  Jesus Cristo é a Nova Aliança de Deus com o seu povo, ouvimos isto na segunda leitura.

Podemos interpretar aqui que no dilúvio, o pecado foi afogado e da água ressurgiu uma nova humanidade. A água do dilúvio pode, assim, ser para os crentes uma figura do Baptismo e a arca é a Igreja. A Igreja continua oferecendo as graças de Deus pelos sacramentos, de modo especial, o do batismo que nos perdoe os nossos pecados e podemos ser chamados como filhos e filhas escolhidos e amados por Deus. Porque, no batismo somos banhados, mergulhados na água batismal santificada por Jesus com a sua paixão, morte e ressurreição. Por meio do batismo Ele destruiu a morte, purificou todos os nossos pecados e nos deu uma nova vida.

Queridos irmãos e irmãs! Estamos celebrando o primeiro Domingo da Quaresma. O tempo em que a Santa Igreja nos oferece oportunidade para fazer jejum e penitência, e a conversão. Acontece muitas vezes que nos tempos fortes, como por exemplo, na Quaresma, sentimos que a tentação cada vez mais fica muito pesada, que os tempos ordinários, comuns. Isto acontece, porque, o diabo, o nosso inimigo, o nosso grande adversário, não quer que nós tenhamos a conversão. O diabo não quer que nós renovemos ou transformemos as nossas vidas, o diabo não quer que a nossa relação ficasse bem com Deus e os demais. O diabo usa a sua própria maneira para nos guiar segundo a sua vontade. Jesus Cristo, sendo o Filho de Deus tinha e realizou também a experiência com Deus no deserto, fazendo o seu grande retiro antes de concretizar sua missão pública.

Nós somos capazes de aprender de Jesus como podemos vencer a tentação do diabo. Ou seja, a experiência de Jesus torna-se como uma guia inspiradora que nós possamos imitar e para que nós não sejamos vencidos pela tentação diabólica. O Evangelista Marcos nos apresenta um episódio breve e bem simples da tentação que Jesus tinha no deserto. Mas, deste episódio, podemos debruçar as mensagens que possam ajudar o crescimento da nossa fé em Deus durante o tempo da quaresma. Temos três lições de suma importância:

1ª) é preciso pedir a força (o poder) do Espírito Santo. No início do Evangelho percebemos que o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto fazendo o jejum durante 40 dias. Isto significa que o ES estava com Jesus quando Ele estava realizando o seu retiro (jejum e penitência durante 40 dias). Necessariamente invocamos o ES para que nos acompanhe em nossa quaresma a qual estamos vivendo.

2ª) Além do Espírito Santo, somos convidados também para pedir a intercessão e o acompanhamento dos Anjos. Depois de vencer a tentação de Satanás, os Anjos O serviram. Ou seja, os Anjos estavam acompanhando também Jesus na sua quaresma. Precisamos dos Anjos, eles são os nossos companheiros e guias em nossas vidas que nos pretejam de todas as tentações, de todos os males. Precisamos invocá-los, sobretudo o Anjo da Guarda que pertence a cada um de nós.

3ª) É preciso escutar as palavras de Deus como Jesus nos transmitiu. A palavra de Deus é o nosso alimento, diz aclamação do Evangelho nem só de pão, vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Jesus diz convertei-vos e crede no Evangelho. O tempo da quaresma é o tempo de conversão e de fé, esperança e de caridade, e tempo de oração, de acordo como ouvimos na celebração de Quarta-Feira de Cinzas: oração, caridade e jejum. Estes são os elementos que nos ajudam a definir a nossa relação com Deus por meio da oração, o nosso relacionamento com os outros por meio da caridade (esmola), e definem também a nossa relação com as coisas por meio do jejum, penitência, abstinência. Uma boa Quaresma para todos nós.

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Pe. Francisco da Costa | Diocese de Díli, Timor-Leste

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