2º Domingo do Tempo Comum | Homilia | Padre Francisco da Costa | 17/01/2021

Publicado por: Silvia Oliveira 21/01/2021

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO B – 2021

LEITURAS: 1 Sam 3, 3b-10.19. – Salmo 39 (40). 1 Cor 6,13c-15a.17-20. Jo 1,35-42

Queridos irmãos e queridas irmãs! As leituras que acabamos de escutar, na primeira leitura do livro 1º livro de Samuel, na segunda da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios e no Evangelho de São João, todas elas estão nos convidando para retomar a consciência da nossa vocação e do nosso compromisso da vida como cristãos.

Na primeira leitura escutamos a história do chamamento ou a vocação de Samuel. Samuel foi chamado para ser o profeta de Deus; A vocação de Samuel passa pelas seguintes etapas;

1ª) O autor desta reflexão deixa claro que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, o qual vem ao encontro do homem e chama-o pelo nome. A vocação é isto, há alguém que chama, neste caso Deus que chama; e por outro lado, há alguém que escuta – Samuel escuta.

2ª ) A segunda etapa é que a vocação desse jovem passa pelo enquadramento temporal, isto é Deus chamou Samuel enquanto ele estava deitado ou estava dormindo, durante a noite. A palavra noite refere-se ao momento do silêncio, da tranquilidade e da calma, o tempo do repouso, descanso. 

3ª) A terceira coisa sobressai o papel de Eli na descoberta vocacional do jovem Samuel. Samuel escuta a voz do chamamento de Deus, mas infelizmente ele não compreendeu ainda. É Eli que compreende” que era o Senhor quem chamava o menino”. Foi Eli que ensinou Samuel a abrir o coração ao chamamento de Deus (“se fores chamado outra vez, responde: «fala, Senhor; o teu servo escuta»”  

4ª) Na última etapa, o texto nos apresenta disponibilidade e a prontidão de Samuel para ouvir e para acolher a voz de Deus: “fala, Senhor; o teu servo escuta” (vers. 10). Esta palavra de “escutar” não significa apenas ouvir com os ouvidos; mas significa, sobretudo, acolher no coração e transformar aquilo que se ouviu em compromisso de vida.  

São João no Evangelho de hoje, está nos apresentando a história da vocação do André e seu irmão Pedro. Nos relatos dos evangelhos sinóticos é conhecido como a vocação dos primeiros discípulos: André e seu irmão Pedro que Jesus o chama Cefas, que quer dizer Pedra, Pedro, Tiago e seu irmão João.

Ouvimos no início do Evangelho sobre a pessoa e o testemunho de João – neste caso não é João Evangelista mas João Batista. Quem é João Batista. No fundo, João é a voz que clama no deserto, aquele que convida e prepara o povo para o encontro com o Messias. João é aquele que vem para preparar os caminhos do Senhor. João é a voz, Jesus é a palavra encarnada. João é aquele que prepara o caminho para ir ao encontro de Jesus, Jesus é o caminho que leva os homens para Deus. João é precursor, Jesus é o Salvador. João dá testemunho da luz, Jesus é a luz do mundo. João é aquele que aponta para Jesus, eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. E, pelo Evangelho no domingo passado, João é aquele que, embora não seja digno de se inclinar para desamarrar as sandálias de Jesus, mas no final, João é aquele que batiza Jesus. E, hoje, ao ver Jesus está passando – João aponta Jesus, dizendo “Eis o Cordeiro de Deus – aquele que vem para tirar o pecado do mundo”. Somos muitas vezes, sobretudo hoje convidados para olhar a Jesus no momento um sacerdote está elevando o corpo dizendo eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. A missão de João Batista termina com a presença de Jesus; chegou a hora que João se retirou, ele mesmo diz: que Ele cresça e eu diminua. A expressão “que ele cresça e eu diminua” significa que João ao cumprir sua missão, ele coloca Jesus em primeiro lugar…. Deixar Jesus crescer ou aparecer no meio das pessoas. 

A consequência do anúncio de João resulta duas consequências ou efeitos, que são, a 1ª consequência – os dois discípulos de João Batista, eles o deixaram e seguiram logo Jesus. A passagem continua dizer que ao saber que os dois estão seguindo Jesus, Jesus voltou-se e disse a eles: Que procurais? Eles responderam Rabi, onde moras? Jesus disse de novo a eles «Vinde ver». A outra consequência é André depois de viu e ouviu a pregação de João, ele foi procurar o seu irmão Simão, e lhe disse encontramos o Messias, que quer dizer Cristo. com isso, podemos dizer que a vocação do discípulos de Jesus é transmitir ou anunciar Jesus Messias a alguém para que os demais possam conhecê-Lo também e viver segundo o ensinamento de Jesus…

Enxergamos o ensinamento de Deus na segunda leitura da carta de São Paulo aos coríntios. São Paulo diz irmãos, o corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Temos duas interpretações sobre a palavra do corpo. A primeira coisa, ao falar sobre o corpo biológico que cada um tem. A finalidade do nosso corpo é para glorificar a Deus, não é para ser escravizado na imoralidade, ou no pecado. Porque ao receber o batismo, cada cristão é o templo do Espírito Santo. E, a segunda coisa que são Paulo está nos dizendo sobre o corpo místico que é a Igreja. A igreja vive para glorificar a Deus e que Deus vai santificar a Igreja. Portanto temos relação recíproca – entre Deus e seu Povo – manifestado na relação de Jesus que é Cabeça com seu corpo que é sua Igreja. A função da liturgia é isto, a glorificação de Deus e a santificação dos homens.

Queridos irmãos e queridas irmãs!  Que o espírito das leituras de hoje nos ajudem a refrescar a nossa fé, sobretudo que possamos escutar e discernir a voz do chamamento de Deus nas nossas realidades. Celebramos no domingo passado o Batismo do Senhor inclusive nosso batismo. Ao receber batismo – automaticamente somos chamados para participar em três tarefas de Jesus, como sacerdote, rei e profeta. Nós os cristãos, ao cumprir a tarefa como sacerdote por meio das orações, novenas, adoração santíssimo, devoções, peregrinações, e os outros exercícios espirituais. Como rei, cada um de nós é o templo do Espírito Santo, então é necessário deixarmos ser guiados e moldados pelo espírito de Cristo. E como profeta, é para falar em nome de Deus ao povo e apresenta a Deus a necessidade do povo. Um santo anónimo dizia assim, todos os dias, um sacerdote fala com Deus sobre a realidade do povo e fala ao povo sobre Deus. Nós podemos dizer em outras palavras dizendo assim nós como cristãos, em nossa vida devemos falar com Deus sobre a nossa realidade no nosso silêncio.

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Pe. Francisco da Costa | Diocese de Díli, Timor-Leste

 

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