O Rei se fez servo e habitou entre nós

Publicado por: Silvia Oliveira 20/11/2016

Celebramos a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, festa que podemos compreender como uma síntese do mistério da Salvação realizada pelo Filho de Deus que vem ao nosso encontro.

Entender que Cristo é Rei e que é Ele que vem a nós muda a nossa compreensão de realeza. Isso porque Jesus não é um Rei distante, um Rei que se compraz com o luxo de uma côrte ou com o brilho do ouro. Absolutamente. Aquele que celebramos Rei do Universo, lembremos, é aquele cujo primeiro trono foi a singela manjedoura da estrebaria de Belém, pois hospedagem não havia para o Rei do Universo (Lc 2,7).

O Rei que celebramos é aquele que vive em função do próximo e, obediente, se encaminha rumo ao seu último trono nesta pátria terrena, do qual anuncia para o universo inteiro uma sentença que só um Rei que também é Deus pode anunciar: seu trono é a Cruz e sua sentença é a nossa salvação!

Temos em Jesus uma nova maneira de compreender a realeza, pois Ele é manso e humilde de coração (Mt 11,29) e, diferente daqueles reis que os povos conheciam, é Ele quem vem ao encontro dos seus e não os chama de servos, mas de amigos. Declara que não veio para ser servido e sim para servir; é um Rei que lava os pés daqueles que ama, pedindo que a mesma lição de amor façamos com o próximo (Jo 13,14s).

Anunciar essa realeza vivida por Jesus é uma afronta para a sociedade atual, a qual tem estado cada vez mais imersa em uma cultura de consumo e descarte, onde o “ter” tomou o lugar do “ser”, cultura que tem se transferido para as relações pessoais e o outro é visto como alguém que posso pisar. Parece não haver espaço para a misericórdia, mas somente para uma posição social, através da qual é possível se colocar acima do próximo. É preciso declarar: este não é o caminho!

Isto deve ser declarado com uma denúncia silenciosa. Então perguntamos: o que significa isso? Significa que é uma denúncia vinda de nosso testemunho, que é feita pelo Amor àquele Rei que sentenciou a nossa libertação do pecado, a nossa salvação. Significa que tanto amo este Rei humilde que quero imitá-lo com a minha vida: também quero ser manso e humilde de coração! E quando me decido firmemente por imitar Jesus Cristo, me comprometo a fazer da minha vida Evangelho, ou seja, Palavra de Salvação, conforme aclamamos na Missa.

O caminho do testemunho é a única senda que dá autoridade à nossa palavra, pois melhor ensina o caminho aquele que o conhece, certo? O testemunho dado no amor a Jesus é aquele capaz de cativar os corações e que proclama, sem fazer uso de palavras, que Jesus é Rei, pois através de minhas atitudes concretas (paciência, mansidão, educação, docilidade, compreensão) anuncio que Ele vive e reina em meu coração.

A festa de Cristo Rei deste ano, celebrada em 20 de novembro, é marcada ainda pelo encerramento do Jubileu da Misericórdia, anunciado pelo Papa Francisco em dezembro do ano passado. Encerramos o ano jubilar, mas as portas da Misericórdia devem permanecer abertas em nosso coração. Assim, para além de mostrar que Jesus é Rei da minha vida, farei com que Ele seja Rei do coração do próximo, sobretudo daqueles que não acreditam, pois sou capaz de acolher, de ser misericordioso como o Pai (Lc 6,36). Não há maior testemunho de que Jesus vive e é Rei, do que a presença de sua misericórdia no Universo!

Que a Virgem Maria nos ajude neste ano a ela dedicado, a proclamarmos com a nossa vida que seu Filho Jesus, que é Deus com o Pai e o Espírito Santo, é Rei e Senhor de nossa vida e de todo o Universo.

José Klebson de Souza Ramalho | Seminarista da Diocese de Paranaguá

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